17 fevereiro 2010

CONVIDA A PEREIRA, QUE ELA VAI DE GRAÇA.

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Tá certo que a Pereira não é socialite e muito menos celebridade. Mas, em compensação, fica felicíssima quando é convidada para o Sambódromo, não cobra, não reclama de nada e ainda sai falando bem.

NINGUÉM MERECE

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A Pereira já nasceu corinthiana, tem a maior simpatia pela Gaviões e achou o desfile lindo. Mas que história foi aquela de diretoria jogando cadeiras na hora da apuração? Se todo mundo concorda ANTES com as regras e com a escolha dos jurados, pra quê isso? Até onde a vista da Pereira alcança, só serviu de incentivo para o que veio depois.
Se entre os 5 primeiros lugares a diferença máxima foi de 1,25 ponto, quem saiu ganhando foi o carnaval de São Paulo. E quem saiu perdendo foi a torcida vibrante, que mereceria que o desfile da sua escola fosse lembrado pela beleza e pela alegria, e não pelas cenas que vimos ontem, na Marginal Tietê.
Eu, heim?

24 agosto 2009

HAJA!

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Nos últimos anos já recebi dezenas de ligações de supostos policiais me comunicando supostos acidentes e dizendo que meu o número estaria supostamente registrado no celular de um suposto desacordado (e o pior: quem teria que descrever o suposto desacordado era eu).

Sem falar, é claro, em outras dezenas de ligações no meio da madrugada, em que supostos filhos e sobrinhos gemiam, choravam e pediam socorro, enquanto esperavam que eu os chamasse pelo nome ou desse detalhes do nosso parentesco ou relação.

Ouvi centenas de casos semelhantes, incluindo o de uma mulher que, diante de um telefonema ameaçador, que exigia mundos e fundos para libertar seu marido supostamente sequestrado, respondeu e repetiu calmamente que eles lhe fariam um favor se matassem o infeliz. Isso, é claro, só porque a suposta vítima estava em férias e, naquele exato momento, cochilava no sofá, bem ali na sua frente.

Pois bem: depois de tudo isso, recebi uma tentativa de golpe diferente. Quer dizer, pelo menos eu ainda não havido sido abordada assim.

Depois da tradicional musiquinha das chamadas a cobrar, um sujeito se identifica e me explica tudo direitinho, de um fôlego só: "Boa tarde, meu nome é Edson, da Telefonica 15. A senhora ouviu o toque de chamada a cobrar, certo? Isso é para impedir que a nossa ligação seja ouvida por terceiros. Com quem eu falo?"

Gente, será que eu mereço?

Ou será que o meu número foi parar em alguma espécie de "mailing" do crime? Sim, porque isso já ficou mais incômodo e terrivelmente mais chato do que o telemarketing comum. Ou seja, aquele que só é criminoso na medida em que toma o meu tempo, torra a minha paciência e interrompe a minha linha de raciocício bem no meio de uma frase só para insistir em me vender produtos e serviços que eu não quero comprar. Coisa que, aliás, eu também não mereço.

Assim como não mereço ter que preencher uma completa ficha virtual para barrar ligações indesejáveis (por mais prático que isso possa parecer, será que esse pessoal nunca ouviu falar em golpes?).

28 julho 2009

SEM PALAVRAS: SÓ AS MELHORES ENERGIAS.

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Até o início da juventude, Titônio e Pereira moraram na mesma rua e estudaram na mesma escola. Nunca foram muito próximos, mas sempre tiveram pelo menos uma dezena de bons amigos em comum.

Depois a vida tomou seu rumo e raramente a Pereira ouvia falar em Titônio. Só passou a vê-lo de novo nos jornais ou pela TV, quando o descobriu como pai do Felipe que despontava na Fórmula 1.

Foi assim que viu o acidente. E viu a família desembarcando na Hungria. E nem sabe dizer o que sentiu. Só sabe que se sentiu amiga do Titônio e da Ana Elena, e que filho de amigo quase filho é.

Titônio: a velha turma se dispersou, mas pode estar certo de que todo mundo se sentiu como vocês e, assim como vocês, está transmitindo as melhores energias para a recuperação do seu menino.

16 julho 2009

13 julho 2009

RAPOSAS VOADORAS

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Você vai conhecer, agora, os morcegos gigantes da Ilha de Java, Indonésia. A Pereira foi ao Aquário de São Paulo especialmente para vê-los de perto. Segundo o site, são os únicos da espécie, no Brasil.

Esses aqui têm 60 ou 70 cm da ponta de uma asa à outra, e a cabeça é quase do tamanho da cabeça de um mini-pinscher adulto. Isso porque ainda são filhotes: quando acabarem de crescer, suas asas estarão com cerca de 2 metros de envergadura. Já imaginou o tamanho da cabeça?

O nome da espécie é Pteropus Vampyrus mas, para decepção de quem gosta de ver sangue, são bichinhos que se alimentam de frutas. Aqui você vai vê-los se deliciando com pedaços de mamão, laranja, banana e melão, entre outras. E, como qualquer mamífero que se preze, escolhendo seus pedaços preferidos nas verdadeiras saladas de frutas que ficam nos comedouros.

Vale a pena assistir na opção ampliada:
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Pra quem não sabe, o Aquário de São Paulo fica na Rua Huet Bacelar, 407 - Ipiranga - São Paulo, e funciona de segunda a domingo, das 9h às 18h.

15 junho 2009

CHIQUÉRRIMA

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Eis aí minha professora de Biologia dos tempos de colegial.
Neuzinha era brava paca. E é um exemplo e tanto.
Psôra, quando eu crescer vou ficar igualzinha a você, tá?

20 março 2009

QUANTO SERÁ QUE CUSTA O COMERCIAL?

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Este é o título do e-mail que o Haroldo, grande amigo da Pereira, encaminhou com os links dos filminhos que você vai ver abaixo.





Quanto custa, a Pereira nem imagina. Mas imediatamente começou a imaginar o que aconteceria se fosse aqui no Brasil, com o Barrichello, por exemplo:

• Além de não sair mais do mercadinho ou do posto, os dois primeiros clientes que entrassem teriam telefonado para vizinhos, amigos e parentes, para que eles viessem, também.
 
• Vendo o movimento, os passantes iriam aproveitar pra dar uma paradinha e conferir o que estava acontecendo.

• Muitos pediriam autógrafos, muitos outros quereriam tirar fotos com ele.

• A segurança da produção entraria em alerta.

• Em cinco minutos, vários já estariam reclamando de gente furando fila.

• Em cinco minutos e vinte segundos, a segurança da produção tentaria fazer um cordão de isolamento.

• Em seis minutos a confusão teria aumentado e alguns tentariam forçar passagem na base da porrada.

• Em seis minutos e um segundo, a segurança da produção estaria devolvendo as porradas.

• Em sete minutos, alguém teria a feliz idéia de arrancar pedacinhos do macacão do coitado.

• Em sete minutos e cinco segundos, outros estariam fazendo a mesma coisa.

• Em oito minutos a briga estaria armada e alguém chamaria a polícia, caso ela já não tivesse parado pra olhar.

• Em nove minutos a polícia pediria reforço.

• Em dez minutos os helicópteros da imprensa estariam sobrevoando o local, já que seus rádios ficam ligados na freqüência da polícia.

• Em onze minutos a multidão estaria reagindo aos policiais que, em doze ou treze minutos, estariam detonando bombas de efeito moral para tentar dissipar a turba ensandecida.

• A essas alturas, tudo estaria sendo transmitido ao vivo pela TV, sem que ninguém tivesse a mínima idéia sobre como tudo começou.

• Em catorze minutos os motolinks estariam chegando para tentar descobrir alguma coisa.

• Enquanto isso, os apresentadores estariam fazendo suposições: tudo começou com um assalto; não, foi uma tentativa de seqüestro relâmpago; não, foi briga por causa de gasolina adulterada... e dá-lhe de falar sobre a questão da gasolina adulterada, para que a cobertura não se transformasse numa simples narração de briga.

• Em quinze minutos, os motolinks ainda não teriam encontrado ninguém que soubesse da verdadeira história e já estariam começando a entrevistar vizinhos.

• Em 16 minutos, os vizinhos (que também não saberiam de nada) começariam a repetir as suposições que estariam ouvindo pelo rádio ou TV, ou então acrescentado outras: não, foi aquele funcionário demitido que veio pra se vingar; não, foi o marido ciumento da moça do caixa que veio pra bater nela... e dá-lhe de falar sobre a questão da violência contra a mulher, porque a questão da gasolina adulterada já teria cansado.

• Em 17 minutos as ambulâncias começariam a chegar para atender aos feridos.

• Em 18 minutos a área seria isolada e os desocupados da cidade já estariam se dirigindo ao local de ônibus ou automóvel.

• Em 19 minutos os primeiros desocupados chegariam e já começariam a dar suas opiniões para a imprensa.

• Em 20 minutos um dos primeiros da fila seria identificado dentro de uma ambulância e contaria a história, mas ninguém acreditaria nele.

• Em 21 minutos a produção teria conseguido tirar o piloto - semi-nú e com leves escoriações - pela porta dos fundos e evacuar o local.

• Em 22 minutos o marido ciumento da moça do caixa apareceria pra dizer que não tem nada a ver com isso e que já não bate nela desde que foi chamado na delegacia da mulher.

• Em 23 minutos a situação estaria mais ou menos controlada, com alguns presos, alguns feridos e ninguém que soubesse esclarecer o que havia acontecido.

• Em 24 minutos o pessoal do estabelecimento seria inquerido, mas todo mundo duvidaria da história. Especialmente os apresentadores de TV, que a essas alturas já teriam conseguido se convencer das próprias suposições.

• Em 25 minutos a paz seria reestabelecida e teria início uma investigação sobre o assunto.

• No dia seguinte, a polícia pediria as fitas das câmeras de segurança.

• Em poucos dias sairia o laudo e as imagens seriam transmitidas por todas as emissoras de TV.

Pronto. O comercial estaria feito. (Quase) sem filmagem, sem finalização, sem alterações do cliente, sem plano de mídia e sem nenhuma inserção paga. Que tal?

Bem, é preciso deixar claro que esta é uma obra de ficção, e que qualquer semelhança com fatos ou possibilidades reais terá sido mera coincidência.

24 janeiro 2009

COMO UTILIZAR OS SERVIÇOS DE UM MÉDICO

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A Pereira recebeu este texto por e-mail e, é claro, repassou para alguns amigos médicos. Imediatamente, 2 deles perguntaram quanto custaria publicá-lo na primeira página de algum jornal de grande circulação. Como a Pereira sabe que o preço é alto demais para um médico, resolveu dar a sua modesta (porém digna) colaboração.

MANUAL BÁSICO DE COMO UTILIZAR OS SERVIÇOS DE UM MÉDICO

Coisas que o cliente precisa saber

1. MÉDICO dorme.

Pode parecer mentira, mas MÉDICO precisa dormir como qualquer outra pessoa. Não o acorde sem necessidade! Esqueça que ele tem telefone em casa. Ligue para o consultório.

2. MÉDICO come.

Parece inacreditável, mas é verdade. MÉDICO também precisa se alimentar, e tem hora para isso. Inclusive durante seu plantão!

3. MÉDICO pode ter família.

Essa é a mais incrível de todas: mesmo sendo um MÉDICO, a pessoa precisa descansar no final de semana para poder dar atenção à família, aos amigos e a si próprio, sem pensar ou falar sobre DOENÇAS, internações, receitas, etc.

4. MÉDICO, como qualquer cidadão, precisa de dinheiro.

Por essa você não esperava, não é? É surpreendente, mas MÉDICO também paga impostos, compra comida, precisa de combustível, roupas e sapatos, consome Lexotan para conseguir relaxar, etc. E o fundamental: pode parecer bizarro, mas os livros para 'UPLOAD' do profissional, os cursos, o operacional do consultório e a administração disso tudo não acontecem gratuitamente. Impressionante, não? Entendeu agora o motivo dele cobrar uma consulta?

5. Ler, estudar é trabalho. E trabalho sério. Pode parar de rir. Não é piada.

6. NÃO É POSSÍVEL examinar pacientes pelo telefone. Precisa comentar?

7. De uma vez por todas, vale reforçar: MÉDICO não é vidente, não joga tarô e nem tem bola de cristal. Ele precisa examinar os pacientes para entender e interpretar sintomas e poder chegar a diagnósticos. Se quiser um milagre,
tente uma macumba e deixe o pobre do MÉDICO em paz.

8. Em reuniões de amigos ou festas de família, o MÉDICO deixa de ser MÉDICO e reassume seu posto de amigo ou parente, exatamente como era antes dele passar no vestibular e no exame de residência. Não peça conselhos sobre como usar remédios, dicas de fitoterápicos ou drogas alternativas, intuir sobre prognósticos e, muito pior, não peça dicas de condutas médicas a serem tomadas, após, é claro, uma completa exposição dos fatos e 'aqueles' infelizes comentários sobre o 'outro' MÉDICO que está 'tocando' o caso e que 'parece que está levando fazendo pouco caso do problema'.

9. Não existe apenas um 'parecerzinho', uma 'opiniãozinha' - qualquer parecer ou opinião tem que ser pensada, estudada, analisada e, é claro, deve ser cobrada (igual àquele advogado, que você paga para fazer dar a mesma opiniãozinha; ou àquele engenheiro, àquele dentista, etc). Esses tópicos podem parecer inconcebíveis a uma boa parte da população, mas servem para tornar a vida do MÉDICO suportável.

10. Quanto ao uso do celular: celular é ferramenta de trabalho. Por favor, ligue apenas quando necessário. Fora do horário de expediente, mesmo que você ainda duvide, o MÉDICO pode estar fazendo alguma coisa que você nem pensou que ele fazia, como dormir ou namorar, por exemplo. Nas situações acima, o MÉDICO pode atender? Sim, ele pode até atender desde que seja pago por isso (igual àquele advogado, ou àquele engenheiro, àquele dentista, etc). É desnecessário dizer que nesses casos o atendimento tem custo adicional, como em qualquer outro tipo de prestação de serviços (igual àquele advogado, ou àquele engenheiro, àquele dentista, etc).

11. Antes da consulta: por favor, marque hora (como faz com qualquer outro profissional liberal, lembra?). Se você pular essa etapa, não fique andando de um lado para o outro na sala de espera e nem pressionando a secretária. Ela não tem culpa da sua ignorância. Ah! E não espere que o MÉDICO vá te colocar no horário de quem já estava marcado só porque vocês são amigos ou parentes. Se tiver fila, você vai ficar por último. Só venha sem marcar se for caso de emergência (tipo: minha sogra foi internada, meu filho foi atropelado). O MÉDICO vai ser solidário a você, com certeza.

Agora, caso o chamado de emergência seja fora do expediente normal de trabalho, o custo da consulta também será fora do normal, ok? (igual àquele advogado, ou àquele engenheiro, àquele dentista, etc).

12. Repetir a mesma pergunta mais de 15 vezes não vai fazer o MÉDICO mudar a resposta, nem alterar a 'sua' história.

13. Quando se diz que o horário de atendimento do período da manhã é até 12h, não significa que você pode chegar às 11h55. Se você pretendia cometer essa gafe, vá depois do almoço. O mesmo vale para a parte da tarde: vá no dia seguinte.

14. Na hora da consulta, basta que esteja presente o cliente e no máximo um acompanhante. Por favor, deixe o cunhado, os amigos do cunhado e seus vizinhos com os respectivos filhos nas casas deles. Não fique bombardeando o MÉDICO com milhares de perguntas durante o atendimento. Isso tira a concentração, além de torrar a paciência.


ATENÇÃO:


15. Infelizmente para você, a cada consulta o MÉDICO poderá examinar apenas um único PACIENTE. O acompanhante que marque uma consulta para si.

16. O Advogado não deixará de cobrar a consulta só porque você já gastou 'demais' com medicamentos e outros médicos.


O Engenheiro não deixará de cobrar seus honorários só porque o preço do azulejo está alto.

O Dentista não deixará de cobrar sua consulta só porque a cola da dentadura está com preço elevado.

Os MÉDICOS, além de não terem sido os criadores do ditado 'O barato sai caro', também não foram os criadores dos problemas de saúde. Por isso, pense bem antes de ter um plano de saúde "meia-boca".


A propósito: se alguém souber quem é o autor, por favor, conte para a Pereira. Ela gostaria muito de poder dar os créditos e, principalmente, os parabéns.

13 janeiro 2009

O ENTERRO FANTASMA

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Faz tempo que a Pereira queria documentar essa história. Tanto que, desta vez, foi só o protagonista começar a contá-la, que ela até largou a caipirinha pra segurar a câmera com as duas mãos.

23 novembro 2008

ORDEM NO GALINHEIRO

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Entendeu?

24 setembro 2008

O ACORDO ORTOGRÁFICO EM PORTUGUÊS CLARO

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Quem foi alfabetizado até 1971 certamente lembra de alguns acentos imprescindíveis como, por exemplo, o circunflexo do advérbio "tôda", que tinha a importante função de diferenciá-lo do substantivo "toda", com o "o" aberto. O que você não lembra, ou melhor, jamais soube - a não ser que seja um daqueles gramáticos responsáveis pela mudança ortográfica global da língua portuguesa de 1943 - é que "toda" é um passarinho australiano que até os zoólogos locais desconheciam completamente.

Isso explica o espírito da tal mudança global, mas nem de longe justifica a abolição de três letrinhas "supérfluas" do alfabeto. Afinal, se elas foram julgadas e condenadas porque podiam ser facilmente substituídas pelo V, pelo I e pelo C, por que cargas d'água ainda somos obrigados a usar S e X com som de Z, X e SS com som de C e o diabo do C cedilha? Por falta de opção eu juro que não é.

Mas, enfim, são águas passadas: em 1971 os novos gramáticos decidiram reformar a reforma dos antigos gramáticos, libertando-nos da maior parte dos acentos diferenciais e daquele acento grave dos velhos cafèzinhos e das palavras terminadas em "mente".

De lá pra cá, foram trinta e sete anos de sossego. Tempo mais do que suficiente para que até eu aprendesse a escrever de maneira decente. E agora vai ficar melhor ainda, porque os novíssimos gramáticos, desta vez com apoio da comunidade lusófona, decidiram reformar a reforma dos novos gramáticos e transformar esta nossa língua tão simples em algo mais fácil ainda.

Começaram pelas letras supérfluas, que agora deixam de ser supérfluas e voltam para o alfabeto. Muito nobre, mas nenhuma providência contra o C cedilha, que jamais esteve no alfabeto embora figure em todos os teclados.

Depois aboliram a trema, o que não faz a menor diferença: tanto a lingüiça como a linguica têm o mesmíssimo valor calórico e quem é dado à delinquencia não vai se recuperar por causa isso.

Também decidiram que "não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas", mas que "as oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis continuam a ser acentuadas". Ou seja: se você conseguir que um adolescente normal compreenda a instrução e aplique a regra, será o meu herói. Com acento.

E que "nas palavras paroxítonas não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando vierem depois de um ditongo, mas se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final ou seguidos de s, o acento permanece". Excelente. O tuiuiú deve estar exultante.

Se por um lado fizeram algumas mudanças lógicas como, por exemplo, eliminar o acento das palavras terminadas em êem e ôo, por outro criaram o álibi perfeito para mal-entendidos, derrubando o acento diferencial entre pára e para.

Pêlo e pelo, tudo bem. Pólo e polo, a gente entende. Mas será que a interpretação de "trânsito pesado para a cidade" é tão óbvia assim?

Mas a gente releva porque, afinal, graças a Deus os acentos diferenciais de singular e plural dos verbos ter e vir permaneceram. Afinal, todo mundo sabe que, do ponto de vista prático, nunca fez a menor diferença saber se é para "parar alguma coisa" ou se é "para alguma coisa", mas sempre foi indispensável deixar bem claro que frases como "vocês vêm comigo" e "vocês vem comigo" têm significados completamente diferentes, até porque uma está certa e a outra está errada. Viu só como esta regra tem sentido?

Isso sem falar no novo emprego do hífen, sobre o qual só vou tecer três pequenos comentários:

1. Tudo o que você conhece hoje por panamericano passou a ser, oficialmente, pan-americano.

2. "Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição", seja lá o que isso queira dizer.

3. "Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha seguinte". Ah bom! Agora tudo ficou muito mais claro, pra mim.

Maluco mesmo era o Mário de Andrade que, há 64 anos, fez a seguinte declaração: "Acredito que a questão ortográfica tem contribuído muitíssimo para a desordem mental no Brasil".

Então é isso?

23 setembro 2008

SEXO, DROGAS E ROLLING STONES

Primeiro você vê o filme. Depois, a Pereira conta o que está achando do livro.

09 setembro 2008

Sable Horses

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A Ilha Sable, ou Sable Island, é uma pequena ilha arenosa de apenas 34 km² de superfície. São cerca de 42 km de comprimento por 1,5 km de largura máxima, e sua maior altitude não ultrapassa os 30 m. Está situada no Oceano Atlântico Noroeste, a cerca de 180 km da província canadense de Nova Escócia. Tem a forma de um longo cordão dunar, resultado da constante migração das areias que são empurradas pelos ventos e pelas correntes marinhas.

Na Ilha Sable não existem árvores. 40% da superfície são recobertos por pastos de gramíneas resistentes ao sal e outras vegetações rasteiras, e a abundância de chuva e a baixa evaporação permitem a formação de múltiplas lagoas de água doce.

Localizada sobre uma plataforma continental pouco profunda e com grande quantidade de areia e cascalho rolado, a ilha emerge de um vasto conjunto de bancos de areia em constante mudança, o que torna a zona muito perigosa para a navegação.

Vivem na ilha cerca de 250 cavalos selvagens.

Alguns acreditam que seus ancestrais tenham sido deixados em Sable por um mercador de Boston que jamais voltou para buscá-los. Outros, que tenham sobrevivido a naufrágios e se refugiado lá.

O fato é que, depois de 300 anos de isolamento, hoje eles constituem uma raça: a dos Greenhorses de Sable.

Veja as fotos e filmes feitos por Roberto Dutesco. Além de belíssimos, são uma mostra da doçura e da civilidade que o ser humano poderia ter.


Chasing Wild Horses - Clip 2 of 4 from Roberto Dutesco on Vimeo.


Chasing Wild Horses - Clip 1 of 4 from Roberto Dutesco on Vimeo.


Chasing Wild Horses - clip 4 of 4 from Roberto Dutesco on Vimeo.

08 setembro 2008

Haydn - Concerto nº 2 em Ré Menor - 2º movimento

A Pereira (imagina só que audácia) nunca havia achado Haydn um compositor assim, digamos, brilhante. Até que, há uns 20 e tantos anos, descobriu este concerto sem querer, no Lado B de um Mozart interpretado por Alícia De Larrocha. E está mordendo a língua até hoje.
Simplesmente irresistível o diálogo entre piano e cordas.

Magdalena Tagliaferro

Do início da década de 1970 ao início da de 80, a Pereira assistiu a praticamente todas as apresentações de Magdalena Tagliaferro em São Paulo. Esta gravação infelizmente não tem data mas, pelo comprimento do cabelo do regente Carlos Alberto Pinto Fonseca, dá apostar que ela estava lá, encarapitada em alguma cadeira do lado esquerdo do balcão ou do foyer.

Já pensou?

Como seria receber o Supertramp Roger Hodgson em casa, especialmente se ele resolvesse tocar e cantar pra você e seus amigos? Pois isso aconteceu aqui em São Paulo e deixou a Pereira rolando de inveja desse rapaz, o Walter!

Vale tudo: a Pereira concorda em gênero, número e grau.

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O som e a fúria de Tim Maia, biografia deliciosamente escrita por Nelson Motta, vale tudo, mesmo: cada tostão e cada minuto investidos na leitura. E a Pereira, que já tem por hábito descobrir os sons de que mais gosta (no mínimo) uns 10 anos depois que a "moda" acabou, mais uma vez encontrou referências sensacionais. O livro tem até um site que traz todas as músicas que cita. Uma pena que tal site não funcione na plataforma Macintosh.